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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A pedra azul

Há muito tempo, em uma aldeia distante, existia uma mocinha órfã de pai e mãe que vivia com a sua madrasta. Essa mulher fazia-se de muito boa para todo mundo, mas dentro de casa era uma verdadeira peste. Ao ficar viúva não pôde colocar para fora a enteada porque a esta pertencia a casinha onde moravam. Então resolveu fazê-la de escrava, obrigando-a a trabalhar dia e noite para sustentar a ambas.
Além das responsabilidades da casa, a menina tinha que cuidar da horta e do pomar e também levar as verduras, legumes e frutas para o mercado. À noite, em vez de descansar, era obrigada a fazer trabalhos de costura.
Para piorar tudo, sua madrasta a mandava para o quarto com um toco de vela que não durava quase nada, por isso seus trabalhos de costura estavam sempre incompletos no dia seguinte. Dessa maneira a malvada tinha pretexto para recriminá-la e castigá-la.
Um dia a menina caminhava para o mercado equilibrando sobre a cabeça uma cesta pesada de hortaliças e frutas. Ia muito triste, pensando na vida, sem saber como mudar tudo aquilo. De repente, em uma curva da estrada, encontrou uma velhinha. Embora não a conhecesse, cumprimentou-a educadamente e ofereceu-lhe uma laranja, já que fazia muito calor e a senhora parecia estar com sede.
“Obrigada, filha. Você tem bom coração. Mas me diga: por que está assim tão triste?”
Normalmente a menina não se abriria a uma estranha, mas aquela senhora parecia tão confiável que ela lhe contou tudo. Então a velhinha tirou da sacola uma caixa de madeira já bem desgastada e disse:
“À noite, quando a vela acabar, abra esta caixa que o seu quarto vai ficar clarinho e você vai poder terminar o serviço. Assim a sua madrasta não vai ter motivo para te atormentar.”
A menina aceitou o presente mesmo sem entender como aquela caixa poderia iluminar a escuridão. Agradeceu e seguiu para o mercado.
À noite, como sempre, recebeu uma boa quantidade de serviço para fazer e o costumeiro toco de vela, que cada vez vinha mais curto. Porém sentia-se excepcionalmente despreocupada. Logo que a vela acabou, abriu a caixa de madeira e para sua grande surpresa havia uma pedra luminosa dentro! A pedra emanava uma luz azul muito bonita, clareando tudo com suavidade.
Nessa noite ela fez o serviço completo. Misteriosamente foi tudo muito rápido e ela não se sentiu exausta e com os olhos ardendo, como sempre acontecia. Pelo contrário, estava descansada e tranquila. Dormiu bem e acordou revigorada.
A madrasta ficou irritadíssima ao ver que não tinha como recriminar a menina, mas não falou uma palavra. Estava intrigada sem entender como o trabalho, além de completo, se apresentava mais bem feito do que de costume.
No dia seguinte aconteceu a mesma coisa, então ela resolveu investigar. Nessa noite foi espiar pelo buraco da fechadura e viu quando a menina tirou da caixa aquela linda pedra azul e luminosa. Imediatamente decidiu furtá-la. Queria aquela luz tão bonita no seu próprio quarto, e também queria de volta os motivos para azucrinar a enteada.
Na primeira ocasião em que ficou sozinha em casa, foi ao quarto da menina. Procurou e logo encontrou a caixa de madeira debaixo do colchão. Ali mesmo a abriu com intenção de levar a pedra embora e deixar a caixa vazia no mesmo lugar. Porém algo estranho aconteceu...
Em vez da pedra, ela encontrou uma cobrinha azul.
A cobrinha saltou para fora e imediatamente a picou. A malvada morreu na mesma hora.
Ao voltar para casa, a menina encontrou a madrasta caída, picada de cobra, com a caixa vazia ao lado.
Apesar de todo o sofrimento que havia passado, ela perdoou aquela mulher, rezou por sua alma e providenciou um sepultamento digno.
Nunca reencontrou a pedra azul, mas agora não precisava mais porque só trabalhava de dia. Alugou o quarto da madrasta para a velhinha da estrada, a qual nunca explicou o mistério. Mas a menina não se preocupou com isso, e viveu em paz e harmonia dali para a frente.

Imagens:
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