Na região onde morava havia uma família que, se não era rica, estava muito bem de vida.
Aquelas pessoas adoravam o bebê, saudável e gracioso, da lavadeira. Então um dia pediram para passar alguns dias com ele, que o tratariam muito bem.
Ela concordou porque confiava naquela família. Além disso seria, durante algum tempo, uma preocupação a menos. E uma despesa a menos.
No dia combinado ela foi buscá-lo, mas em vez de trazerem o bebê a levaram para o quarto onde ele estava.
A lavadeira ficou admirada com o luxo do lugar. Seu filho estava dormindo em um bercinho maravilhoso. Suas roupinhas haviam sido trocadas por outras, muito melhores e mais bonitas.
Então veio a proposta:
“Por que a senhora não dá pra gente o seu nenê? Está vendo como ele está sendo bem tratado? Se ficar aqui conosco ele terá tudo do bom e do melhor. Quando crescer vai estudar e vai ter um futuro muito melhor do que a senhora pode lhe dar. Além disso é uma boca a menos na sua casa. Sobrará mais para os seus outros filhos.”
A lavadeira ficou paralisada. Nunca pensara em se separar de filho nenhum, nem nos momentos de maior desespero. Era um absurdo tão grande que ela não tinha palavras pra responder. A outra continuou:
“Pense bem. É bom pra todo mundo. Para nós, que gostamos tanto do seu filho, será uma felicidade tê-lo aqui para sempre! Para a senhora, que vai ficar mais aliviada, vai ser bom também. Para os outros filhos nem se fala, que vão ter mais do que têm agora. E principalmente para o nenê, que a gente vai criar como se fosse nosso. Ele nem precisa ficar sabendo que é adotado, porque a senhora ainda não registrou. O maior beneficiado será ele. Está nas suas mãos dar-lhe um futuro.”
A lavadeira olhava, olhava, silenciosa e pensativa.
Depois de contemplar fixamente o seu bebê durante algum tempo, ela simplesmente virou as costas e foi embora, sem dizer uma palavra.
Nunca mais voltou àquela casa.
2 comentários:
Afinal, ela levou o bebê embora ou o deixou com a família?
César, ela deixou o bebê com a família. ='(
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