Padre Bento andava chateado com o estado deplorável da sua igrejinha, tão carente de limpeza e arrumação.
Foi quando recebeu no confessionário a dona Luzia, mulher do seu Januário.
Envergonhada, ela pediu perdão por um pecado muito feio que havia cometido. Jurou que não queria fazer aquilo, mas acabou fazendo, e precisava urgentemente se penitenciar.
Padre Bento já havia se deparado com pecados piores, porém mostrou-se estarrecido e concordou que um ato de tal gravidade exigia reparação excepcional. Passou-lhe como penitência a limpeza da igrejinha, além da reza de dez padrenossos.
Dias depois, contemplando o primor do trabalho de dona Luzia --- o esforço tinha sido proporcional ao sentimento de culpa ---, ele se lembrou da triste condição da casa paroquial. Teve outra boa ideia.
O único problema era descobrir como fazer chegar às mãos do seu Januário, anonimamente, uma daquelas revistas que ele guardava escondidas sob o colchão, havia tantos e tantos anos...