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quarta-feira, 16 de julho de 2014

A bruxa, o dragão, a sapinha e a princesinha

          Há muito, muito tempo, na época em que os bichos falavam, existia uma bruxa neurótica e desagradável que morava em uma campina verde e florida. Toda vez que ela se irritava com alguém ou com alguma coisa, fazia a mágica da transformação só para se vingar.
          Uma vez, por exemplo, deu uma topada numa pedra e machucou o dedão. Não foi culpa da pedra, é claro, mas ela se irritou e... PLAFT!!! Transformou a pedra num monte de cocô. Bem feito que a varinha dela ficou toda suja de cocô, mas aí ela transformou a sujeira em uma nuvem de moscas que voaram para longe, deixando a varinha limpa de novo.
          Todo mundo tinha medo da bruxa neurótica porque ela era imprevisível e malvada. Já havia um monte de coisas transformadas por ali, o que não era nada legal.
          Então um dia ela recebeu uma carta anônima que dizia assim: “Dona bruxa, a senhora vive irritada por um motivo muito simples: as belezas desta terra não combinam com a sua pessoa. Um local muito melhor para a senhora viver é lá na cratera do vulcão. Não existem criaturas vivas, só pedras, e o ar tem cheiro de enxofre dia e noite porque nem ventinho entra lá.”
          A bruxa ficou irritada porque a ideia era muito boa e alguém tinha pensado naquilo antes dela. Fez uma bruxaria para descobrir o autor da carta, foi lá e disse:
           “Você é muito enxerido, viu? Só por causa disso vou te transformar num dragão!” ZAPT!!! Transformou o autor da carta em um dragão!
           “Dona bruxa - perguntou ele, deveras chateado - como se desfaz este encantamento?”
           “Você só vai voltar ao que era se uma princesa der um beijo no teu focinho! Mas qual princesa vai ter coragem de chegar perto de um dragão? Ha ha ha ha ha ha ha!!!“
          Gargalhando feito louca ela montou na vassoura e foi embora voando, direto para a cratera do vulcão.
          Enquanto isso acontecia, uma sapinha observava de longe, bem escondida. Quando o dragão ficou sozinho ela se aproximou e disse:
           “Meu príncipe! Que maldade ela fez com você! Como posso te ajudar?”
          O dragão, todo triste, contou sobre o método de desencantamento, dizendo que nenhuma princesa ia querer beijar o seu focinho. Mas a sapinha afirmou que ia ajudá-lo.
           “Como vai me ajudar, querida sapinha?”
           “Vou até o castelo da princesa, conto para ela o que aconteceu, e ela vem aqui te desencantar.”
           “Mas é uma viagem muito longa e perigosa!”
           “Não faz mal. Sou corajosa e vou te ajudar, meu príncipe!”
          Disse e fez. Superou todos os obstáculos e conseguiu chegar ao jardim do palácio da princesa. Ficou lá quietinha perto do lago onde a princesa ia brincar todos os dias. Esperou pacientemente, e por fim conseguiu se aproximar e contar a ela toda a história do dragão.
          A princesa mostrou-se bastante interessada:
           “Quer dizer que o seu príncipe foi transformado em dragão? Coitado! Claro que vou ajudar. Ele era bonito antes da transformação?”
           “Muito bonito! O mais bonito de todos!”
          Imediatamente a princesa pegou a sapinha, colocou-a lá no alto da cabeça, bem no meio da sua coroa, e falou:
           “Então você me ensina o caminho que vamos agora mesmo!”
          Dessa vez a viagem foi bem mais rápida porque a princesa tinha pernas muito mais compridas que a sapinha, e além disso estava apressada.
          Chegando lá, a sapinha chamou:
           “Meu príncipe, saia de onde estiver que a princesa já está aqui pra te desencantar!”
          O dragão saiu de trás de uma grande pedra onde estivera escondido e se aproximou devagarinho, meio envergonhado. Mas a princesa não se intimidou, foi até ele e lhe deu um grande beijo no focinho. TÓIMMMM!!! O dragão desencantou!!!
          A princesinha levou um susto e não entendeu nada.
           “Sapinha, o que saiu errado? Ele virou sapo!!!”
           “Não, princesinha, eu não virei sapo! Eu sempre fui sapo. A bruxa malvada me transformou em dragão mas eu era um sapo.”
          Enquanto isso a sapinha já tinha corrido para abraçá-lo, e não parava de dizer:
           “Meu príncipe! Meu príncipe!”
          Final da história: apesar da decepção, a princesa acabou achando muito fofo aquele casalzinho de sapos e os convidou para morarem lá no lago do palácio. Eles foram e povoaram tudo aquilo com muitos sapinhos graciosos. E a princesa ficou feliz.
          A bruxa também ficou feliz morando na cratera do vulcão. Os únicos seres viventes que lhe faziam companhia eram as moscas que surgiram daquele cocô grudado em sua varinha.
          Os habitantes daquele lugar bonito também ficaram felizes. Todas as coisas e seres transformados se destransformaram, e todos viveram felizes para sempre.

Imagem: http://kiddiescornerdeals.com

5 comentários:

Anônimo disse...

Do limão faça uma limonada. Gostei!

Zulmira Carvalheiro disse...

Obrigada pela leitura e pelo comentário! 🙂

Anônimo disse...

A gente pode se reinventar sempre transformando as coisas ruins em coisas boas

Anônimo disse...

Gegeescritiora

Zulmira Carvalheiro disse...

Sim! Transformar coisas ruins em coisas boas é a verdadeira mágica da transformação . Às vezes basta enxergar a mesma coisa sob um outro ponto de vista. 😉