Encontro um livro sobre Ciências, paradidático muito bonito, bem produzido, com lindas ilustrações. Começo a folhear e vejo que não é apenas bonito: o conteúdo também é ótimo. Viro-me para a colega que me acompanhava, mostro-lhe o livro e comento a boa impressão que me causou.
Uma moça perto de nós, ao ouvir a conversa, disse:
“Eu conheço o autor. Trabalho com ele. É professor da matéria e entende bastante do assunto. Uma ótima pessoa, e escreve muito bem.”
No mesmo instante me veio uma pergunta à mente. Pergunta que não poderia fazer:
“Ele sabe que você o ama?”
Esquisito adivinhar o que vai pela cabeça ou pelo coração de outra pessoa. Algumas vezes não dá para explicar, como saber o sexo do bebê antes da ultrassonografia. Nesse caso, porém, era fácil. O tom de voz, a expressão no olhar, até a gesticulação. O sorriso triste.
Não precisei perguntar, ela não precisou responder. Ela o amava e ele nem suspeitava.
Depois de alguns comentários nos despedimos, mas nunca me esqueci daquela moça clarinha de vestido florido que tinha um amor secreto. Que ela pensava ser secreto, porque os olhos diziam tudo. Só ele não via nada...
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