Era uma vez
um elétron depressivo, profundamente negativo, que vagava sozinho sem ter para
onde ir.
Nem sempre
fora assim.
Houve época em que ele se sentia feliz, fortemente ligado a um átomo, vivendo em um confortável orbital p junto com outros cinco companheiros. Um inesperado raio cósmico, porém, produziu a sua ionização, e o elétron foi repentinamente lançado à solidão do espaço intermolecular.
Houve época em que ele se sentia feliz, fortemente ligado a um átomo, vivendo em um confortável orbital p junto com outros cinco companheiros. Um inesperado raio cósmico, porém, produziu a sua ionização, e o elétron foi repentinamente lançado à solidão do espaço intermolecular.
O destino,
imprevisível como sempre, reservou-lhe uma surpresa colocando em seu caminho um
pósitron!
Com toda a sua deslumbrante
positividade, essa partícula rara emergiu de um radioisótopo e disparou em sua
direção a uma velocidade relativística.
Foi paixão à primeira troca de fótons...
O elétron acreditou, durante aqueles maravilhosos nanossegundos, que seria novamente uma partícula ligada. Não sabia, o inocente, que estava indo ao encontro da sua antipartícula... Aquela que tinha o poder de aniquilá-lo para sempre...
Foi paixão à primeira troca de fótons...
O elétron acreditou, durante aqueles maravilhosos nanossegundos, que seria novamente uma partícula ligada. Não sabia, o inocente, que estava indo ao encontro da sua antipartícula... Aquela que tinha o poder de aniquilá-lo para sempre...
Ao se
tocarem, algo quântico aconteceu! Uma completa fusão! Uma absoluta, total e
irreversível entrega.
Sim, porque eles entregaram um ao outro suas massas, suas cargas, seus números quânticos e suas energias cinéticas. Ou seja, tudo o que possuíam. Como se não houvesse amanhã.
Sim, porque eles entregaram um ao outro suas massas, suas cargas, seus números quânticos e suas energias cinéticas. Ou seja, tudo o que possuíam. Como se não houvesse amanhã.
E amanhã
realmente não houve. Para nenhum dos dois...
Após um
flash infinitesimalmente breve, dois raios gama emergiram.
Exatamente iguais, de mesma energia, porém separados por um ângulo de 180 graus.
Propagando-se em sentidos diametralmente opostos, afastaram-se à velocidade da luz.
Para nunca mais se reencontrarem.
Exatamente iguais, de mesma energia, porém separados por um ângulo de 180 graus.
Propagando-se em sentidos diametralmente opostos, afastaram-se à velocidade da luz.
Para nunca mais se reencontrarem.
FIM
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