A pequena
Júlia enfiou um grão de milho no nariz. Por quê? Por motivo nenhum. O grão que não estourou estava ali, no meio das pipocas. O nariz tinha dois buraquinhos. Pronto.
A menina nem reparou no desespero da mãe. Concentrou-se no irmão, que apontava para ela e ria feito louco:
― Ha ha ha ha!
Vai nascer um pé de milho no nariz da Júlia!!!!
Enquanto a
pegavam no colo e corriam para o carro, ela começou a se preocupar.
Um pé de
milho crescendo no nariz?
Como fazer para
andar por aí com uma planta tão grande saindo da narina, com aquelas folhas todas se arrastando pelo chão? Difícil não tropeçar.
E se alguém
quiser fazer pipoca? Tem gente
que gosta de pamonha, outros preferem bolo de fubá. Vai ficar todo mundo atrás
dela, pedindo espigas. Mais e mais espigas.
Júlia já se
via fazendo força para atender a todos. Como era cansativo!
E na hora de dormir? Uma complicação ajeitar aquele trambolho no meio das cobertas.
Preocupações
demais para uma criança tão pequena. Vontade de chorar.
Começou a
fazer biquinho, mas nessa hora o médico disse:
― Consegui!
E mostrou o
grão na ponta da pinça.
Alívio. Todos
os problemas resolvidos.
― Mãe?
― Que é,
Júlia?
― Me compra
pipoca?

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