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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Despertar

Qual era a idade dele? Uns treze anos...
Há quanto tempo ele tinha treze anos? Não se lembrava. Também não se lembrava da última vez em que tinha dormido. Gostaria muito de conseguir dormir, mas não conseguia mais.
A casa onde morava era velha, decrépita. Havia gente demais lá. Ele não gostava de companhia, preferia vagar pelos arredores. Não pareciam sentir falta dele, então muitas vezes nem se preocupava em voltar à noite.
Seu local preferido para passar o tempo era a torre de uma igreja em ruínas, bem na beira do bosque. Ninguém entrava lá por medo das aranhas e morcegos, mas ele não tinha medo nenhum. Ficava no alto, olhando pela janela, esperando as horas passarem e a noite chegar. Não para dormir, que não conseguiria mesmo, mas a escuridão era de certo modo aconchegante.
Quase todos os dias, sempre à tardinha, bem na hora do sol se por, um casal de jovens se aproximava. Eles se sentavam em uma pedra e ficavam namorando singelamente. Depois iam embora de mãos dadas.
Ele ficava imaginando os dois casando-se, formando um lar com muitos filhos. Que sorte teriam os filhos desse casal. Pais amorosos, um lar harmonioso. Felicidade completa.
Certo dia, ao se aproximarem da pedra, pareciam diferentes. Ele não soube distinguir o que era, mas definitivamente havia alguma coisa diferente no modo como se comportavam.
Ficaram pouco tempo ali e logo foram embora, de mãos dadas como de hábito. Mas em vez de tomarem o caminho de sempre, desapareceram por entre as árvores.
Ele ficou lá olhando as copas do bosque sem enxergar mais o casalzinho. Minutos depois foi ficando com sono... há quanto tempo não sentia sono? Nem se lembrava mais... Mas agora estava com sono. Foi se deitando, se enrodilhando no chão, fechando os olhos...
Quando acordou, estava deitado em um berço. Sentia-se muito bem, aquecido e confortável. Duas pessoas olhavam ansiosamente para ele. Procurou abrir bem os olhos e viu que as pessoas sorriram. Reconheceu claramente: era o casalzinho do bosque.
A moça se aproximou, pegou em sua mãozinha e disse suavemente:
“Meu filhinho...”
Imagem: http://hostingkartinok.com

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