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terça-feira, 24 de junho de 2014

Para onde vão os sonhos?

Eles formavam uma boa dupla de estudo: a moça idealista e o rapaz pragmático.
Ela queria fazer relevantes contribuições para a sociedade por meio do seu trabalho; ele só queria um ótimo emprego.
O ponto em comum entre eles era a convicção de que precisavam de conhecimentos profundos sobre a carreira que desejavam seguir. Por isso estudavam muito.
Certo semestre cursaram uma disciplina que lhes pareceu tediosa, difícil de entender, cansativa e chata. O professor, inexperiente, não ajudava em nada.
Quando saíram as notas da última prova os dois colegas viram que tinham sido aprovados. Mas, estranhamente, não ficaram felizes. O diálogo foi mais ou menos assim:
“Passei, mas não sei nada.”
“Eu também. Sinto que não aprendi nada, apesar de tudo o que estudamos.”
“Já me falaram que essa matéria é muito importante. Se a gente não souber, vai ter dificuldade em um monte de coisas.”
“Melhor se tivéssemos sido reprovados. Pelo menos poderíamos cursar de novo, com outro professor. Quem sabe aí daria pra aprender alguma coisa.”
“Concordo. Afinal passar sem saber não adianta nada.”
“Isso mesmo. Tirar o diploma pra depois virar um profissional medíocre não vale a pena.”
“Eu por mim prefiro jamais me formar a me tornar um profissional medíocre.”
“Eu também!”
“Então vamos até a sala dele pedir para sermos reprovados.”
“Vamos agora mesmo!”
E foram.
Pessoas ajuizadas não teriam feito isso, mas aqueles dois tinham ideias peculiares. Não pensaram por um segundo nos sentimentos do professor quando recebesse um pedido tão fora do normal. Simplesmente foram lá e reproduziram para ele o diálogo que tiveram, quase com as mesmas palavras. O sujeito ficou com a cara no chão, mas concordou em reprová-los.
No final do semestre seguinte, bem mais confiantes, foram aprovados sentindo-se merecedores. Afinal desejavam ter carreiras bem sucedidas, e para isso o conhecimento era essencial.
Formaram-se.
Nenhum dos dois conseguiu seguir carreira.
Ele faleceu prematuramente.
Ela precisou desistir dos sonhos porque a família, com vários casos de doenças graves, precisou de sua atenção e cuidados.
Suas ausências não foram notadas e menos ainda lamentadas pelos colegas de profissão.

Imagem: http://www.deviantart.com

3 comentários:

Giusax disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Giusax disse...

As vezes eu tambem me sinto assim... Sei lá, melhor um momento de "dever cumprido" que uma eternidade de "e se..."

Zulmira Carvalheiro disse...

Concordo. É uma questão de coerência pessoal.